Grito do Ipiranga

1 - Brasil: Uma Outra História

2 - Genocídio dos Guarani-Kaiowá

3 - 
Danilo Gentili

4 - Grito do Ipiranga



1.


Aurélio Schommer, historiador brasileiro apresenta no seu livro História do Brasil Vira-Lata, uma outra versão da História do País que tanto tem denegrido o principal Povo seu antepassado: os portugueses; assim, como tem maltratado o ancestral dono das terras onde os brasileiros, hoje, vivem: os índios e os seus reduzidos territórios prisionais, apelidados como reservas indígenas.

Vídeo: entrevista a Aurélio Schommer


2.


   "Grito do Ipiranga", significa independência, libertação do jugo dos colonizadores portugueses que oprimiam os brasileiros. Terá sido?

   Não. Claro que não! Os colonizadores deixaram de ser chamados portugueses e passaram a designar-se brasileiros a partir de 1822. A colonização continuou com os herdeiros da Coroa, depois nacionalizada brasiliana. Os brasileiros originais eram aqueles que viviam nas Américas antes da chegada dos "homens brancos" europeus, e que simplesmente não se auto-designavam "brasileiros". Depois foram chegando outros, que não eram brancos e estavam reduzidos à condição de escravos. Chegaram também outros que eram homens livres, brancos e não brancos, para trabalharem em condições de quase escravatura. E hoje, brancos e não brancos, são todos "livres", libertos que estão dos opressores portugueses, e assim já lhes é possível, agora, oprimir outros que afinal até foram os primeiros a chegar à América do Sul: os índios, que já lá viviam muito antes de darem o nome de América ao continente ou Brasil ao maior território da América Latina.

   Os índios merecem viver com a dignidade que muitos dos que se consideram brasileiros (de origem europeia, africana e asiática) lhes querem negar...

"Nós (50 homens, 50 mulheres, 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá , vimos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de despacho/ordem de nossa expulsão/despejo expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS. [...]"

   Leia o resto da Carta aqui.

   Outras Fontes: BrasilAtual)))


É necessário dizer: NÃO TEM PIADA 



3.


“Na época o Brasil era colónia de Portugal e a gente chegava ao absurdo de  ter que pagar 20% das nossas riquezas para o Governo Português. Mas graça a Deus este povo valoroso, inteligente que é o brasileiro, conquistou a independência: Chega de pagar 20% para os portugueses. Agora pagamos 40% para o governo brasileiro. A gente não precisa de ninguém de fora para roubar a gente não.
A gente é capaz de fazer isso sozinho.”

Ler na íntegra: Nortão News


Deverei dizer: parece piada de brasileiro?



4.

Grito do Ipiranga

Papa Gregório XII
(1406-1415)



O expansionismo português, do séc. XIV em diante, foi apoiado pela Igreja de Roma, como forma de se conseguirem converter as “almas perdidas” dos pagãos ao cristianismo. Nunca a Igreja católica se manifestou contra o esclavagismo, como também ainda fomentou cruzadas, batalhas contra povos que professavam outras religiões. As Cruzadas eram mesmo chamadas Guerras Santas! Como Santa era a Inquisição, também designada como Santo Ofício, que torturava e matava quem fosse considerado herege, pelo simples facto de não concordar com a religião instituída nessa época; tudo tinha demasiada santidade para o meu gosto e pouco amor sincero ou incondicional.

 


A Idade Média criou seres que usavam a filosofia do amor de Jesus como forma de praticar os actos mais hediondos. Os povos europeus eram sanguinários, impiedosos, e fanáticos religiosos, fossem eles ingleses, germânicos, franceses, castelhanos ou portugueses ou outros. 


Foi abominável a forma como franceses e ingleses combateram os índios na América do Norte. Foi horrenda a forma como os espanhóis massacraram os indígenas desde o México à Terra do Fogo na América do Sul. Foi terrível a forma como os portugueses trataram os índios sul-americanos, os negros africanos, os marinheiros brancos das suas próprias embarcações e todos os outros povos por onde passaram, mas tudo isso sempre foi feito com o beneplácito da Igreja. Não pretendo com todas estas afirmações defender actos indesculpáveis dos portugueses da época dos Descobrimentos. Apenas desejo salientar a forma como muitos brasileiros usam certos argumentos para julgar e condenar os seus antepassados portugueses e mostrar como ao mesmo tempo alguns continuam a render homenagem aos sucessores católicos dos incentivadores de torturas, de escravatura, e de assassinos de outrora e cúmplices silenciosos de barbaridades nos dias de hoje.

Pe. António Vieira, o bondoso jesuíta, defensor dos direitos humanos,
combateu a escravatura, a Inquisição e os sacerdotes da sua época

Então porquê condenar e crucificar os portugueses e idolatrar o clero católico nos dias de hoje? Será que algum brasileiro acredita que os portugueses dos Descobrimentos possam ter feito algo contra a vontade e o desejo da Santa Igreja de Roma!? Isso seria impossível para um país católico como Portugal com o seu povo “temente” a Deus. Assim como de Cristo era a cruz ostentada nas velas das embarcações. Não era apenas um ornamento para embelezar o pano, era um símbolo diplomático de representação em nome de Deus, embora outorgado unilateralmente pelos próprios representantes e não por Deus, o suposto Representado.


Eu não o teria por vitória, nem o faria em boa verdade, ainda que soubesse cobrar todo o mundo por meu, se não sentisse que em alguma maneira era serviço de Deus

D. João I

Se o povo brasileiro olhar para os Estados Unidos verá que os colonos norte-americanos combateram os ingleses colonizadores para se tornarem independentes. Se olharem para os povos centro e sul-americanos verão que lutaram contra os colonos espanhóis para alcançarem a independência. Se os brasileiros olharem bem para a História do Brasil verão que a sua independência lhes foi concedida por um rei português, nascido em Portugal e que voltou à Europa deixando o império que ele ajudou a tornar independente (isso, sim foi uma piada dum português). O Grito do Ipiriranga, “independência ou morte”, não passou dum brado aos céus de magnânimo e imperial desejo de protesto juntamente com a hipocrisia de parecer estar D. Pedro a gritar contra os colonizadores. Contra o seu povo não há-de ter sido pois acabou por abdicar do império brasileiro por si criado para regressar a Portugal, terá ele gritado contra o seu pai D. João VI? Provavelmente poderá ter sido mais um acto de rebeldia do que um verdadeiro gesto de guerrilheiro.


Agora pergunto eu: verão os brasileiros tanta animosidade contra os antigos colonizadores ingleses ou espanhóis por parte de norte-americanos e de latino-americanos, como acontece por parte dos brasileiros contra os portugueses? Terá esse sentimento, dos brasileiros anti-portugueses, origem no facto da lhes ter sido oferecida a independência de mão beijada pelos colonizadores em vez de ter sido conquistada com bravura pelo próprio povo?
Trará isso amargura suficiente ao povo brasileiro para se entreter a contar piadas sobre portugueses!?
Não vale a pena. As coisas só têm a importância que nós lhes damos, e a união faz a força. Melhor juntos e unidos do que separados com piadas, ofensas e críticas inúteis... 


Observações: 

Eis a verdadeira Cruz da Ordem de Cristo apresentada nas velas dos navios portugueses e nos aviões de combate:




A Cruz Pátea que se encontra no emblema do Vasco da Gama do Rio de Janeiro, que me perdoem os Vascaínos, não é a mesma cruz das velas do barco do navegador Vasco da Gama, nem essa cruz é a de Malta.


E a seguir, eis o verdadeiro formato da Cruz
da Ordem de Malta, 
com pontas bifurcadas:




 Soldado Cavaleiro da Ordem de Malta